sábado, 28 de janeiro de 2012

OSMAR RODRIGUES CRUZ – ESCRITOR




Quando escrevemos nosso livro tivemos de excluir algum material, pois se tornara extremamente extenso. Escolhemos exatamente os artigos escritos por Osmar desde seus tempos acadêmicos. São esses artigos que expomos agora semanalmente, para que conheçam mais essa faceta do diretor.
São artigos para jornais e revistas sobre diversos temas, predominando, é claro, o teatro. Espero que gostem e comentem.


ARTIGO JORNAL CLAN (ÓRGÃO DO CENTRO ACADÊMICO) POR OSMAR RODRIGUES CRUZ – 05/1945
“Importância da Música”
Nós, que vivemos sempre em novos estudos para galgarmos o último degrau de nossa vida escolar, teremos que incluir, na nossa formação intelectual, a música. Sem dúvida alguma, é ela que nos leva ao máximo do conhecimento filosófico; e a esse respeito dizia Beethoven: Mais do que a filosofia, a música dá ao homem maior alcance do Universo, e o faz esquecer de todos os sofrimentos e de todas as misérias humanas”. Esta frase, que tanta verdade contém, é para alguns um dito jocoso, sem fundamento. A música é uma dádiva maravilhosa da natureza, por isso, ouvi-la, é um grande prazer, mas, para aqueles que não a apreciam, é martírio é sacrifício. Para os primeiros é que o Centro resolveu organizar uma discoteca e com ela promover concertos todos os sábados à tarde. Aqueles que possuem o Dom de apreciação, nós os receberemos com a maior das simpatias, entretanto, para aqueles que não sentem satisfação, mas que desejam entrar em contato com esse mundo de vibrações sonoras, nós estamos de porta aberta e com boa vontade para recebê-los e incutir no seu espírito a beleza que reside na música. Organizando programas adaptáveis a todos e comentários que possam facilitar a compreensão da divina das artes, todos poderão encontrar um ambiente propício ao seu melhor conhecimento. A música não é um prazer qualquer que se aprecie ou se deteste, não! A música é uma arte que se compreende, e devemos procurar penetrar em seu reinado pouco a pouco caminhando vagarosamente, como o fizemos no início da nossa vida escolar, onde começamos a aprender a ler primeiro com as vogais e depois com as consoantes e, finalmente, acabando por soletrar todas as palavras do vocabulário. Assim é a música, para os leigos começa com as dos românticos, desde Beethowen – pois este terminou a era clássica e iniciou o romantismo – até Liszt. Essas músicas nos dão uma sensação do belo e colocam-nos frente a frente com uma deliciosa melodia. Sua música não tem a brutalidade dos modernos e nem a estética dos clássicos, mas possui os romances, as tristezas e os sofrimentos em cada uma de suas notas. Depois dessa passamos aos clássicos; estes que precederam os românticos, possuem uma música tecnicamente perfeita, sendo que sua música é uma verdadeira perfeição de técnica e estética musical. Depois de termos percorrido duas fases musicais passa-se ao modernos; aí então teremos a música contemporânea, vasculhando-lhes, na sua maneira nova de compor, motivos que por certo terão beleza e fundamento.
Por isso o Centro convida, a todos aqueles que desejam conhecer esse maravilhoso mundo do som, para que compareçam todos os sábados às 15,30 horas, onde poderão viver momentos de profunda meditação.