quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Revista de Estudos Teatrais


















DIÁRIO DE SÃO PAULO – POR OSCAR NIMITZ - 22/01/1958
Osmar Rodrigues Cruz eleito presidente da FPAT
Osmar Rodrigues Cruz é o novo Presidente da Federação Paulista de Amadores Teatrais. Até o fim de 1958, ficará sob a sua responsabilidade os destinos da entidade magna dos amadores do Estado.
Além de Osmar, foram eleitos Moisés Leiner, Francisco Giaccheri, Martin Solé, Oswaldo Pisani e muitos outros, que colaborarão para que as atividades teatrais se movimentem com mais intensidade.
A posse da nova diretoria será ainda este mês, conforme nos declara Nicolau Cinelli, ex- presidente da FPAT.
Podemos informar que uma das primeiras iniciativas da nova direção, será o lançamento, novamente, da Revista do Teatro Amador, uma vez que já conta com uma verba anual de Cr$ 100.000,00, fornecida pelo governo do Estado, anualmente, para sua impressão.
“Ronda” prognostica grandes atividades da FPAT neste ano.
COLUNA SESSÃO FOLHA DE TEATRO - FOLHA DA MANHÃ - POR DELMIRO GONÇALVES - 25/04/1958
“Revista de Estudos Teatrais”
“A Federação Paulista de Amadores Teatrais lançou a sua primeira publicação, graças à verba concedida pelo governo estadual, através de sua Comissão de Teatro”. Assim inicia a direção daquele órgão a apresentação de sua nova publicação. Como se vê, o Plano Estímulo ao Teatro começa a funcionar bem, e dentro da linha a que seus relatores se propuseram, isto é, incentivar principalmente o lado cultural, procurando por todos os meios a seu alcance, criar uma consistência e um interesse maior da população pela arte cênica.
A revista da Federação termina a abertura da apresentação com as seguintes palavras: “Esta será a nossa revista. Simples, pequena, humilde e com uma única finalidade: dar um pouco a todos aqueles que desejarem recebê-la tal qual ela é. Longe de nós qualquer pretensão de doutrinar e orientar”.
Assim ficam já delineados e delimitados, desde o primeiro número, as intenções e os objetivos da nossa publicação. Sem alardes, sem grandes pretensões, apresenta-se a revista em cuidadosa feitura gráfica, discreta e de bom gosto.
O primeiro artigo é assinado por Ruggero Jacobbi, denominando-se “A direção: texto e espetáculo”. Trata-se de um longo e interessante trabalho que ocupa mais ou menos 13 páginas da publicação, no qual o autor examina com cuidado os diversos encenadores mundialmente famosos. Trata-se de um artigo de grande interesse e que situa a revista num plano bem mais elevado do que os seus diretores modestamente pretendem. Tanto melhor assim. A pretensão tem sido uma das causas que fizeram malograr muitas das nossas atividades artísticas. Se a direção da revista puder sempre apresentar artigos do nível daquele que inicia este seu primeiro número, ganharão todos e o órgão da Federação se colocará entre as melhores publicações do gênero existentes no Brasil. Segue-se “Uma aula de Stanislawski”, texto traduzido por Abílio Cordeiro. Osmar Rodrigues Cruz assina trabalho sobre a “Origem da renovação no teatro brasileiro”. Termina a parte referente às colaborações sobre teatro uma de W. Lourenção, intitulada: “O teatro antigo na Índia”. Finalizando o primeiro número, acha-se publicada na íntegra a farsa de Gil Vicente “Quem tem farelos”. Assim a Revista de Estudos Teatrais apresenta-se num nível bem alto, pequena mas com artigos de bastante interesse, que poderão servir de maneira producente a todos os que se interessam pela arte cênica.
A direção composta por Osmar Rodrigues Cruz, Gilberto Rendelucci e Kaumer D. Rodrigues merece ser aplaudida pelo cuidado com que este número foi confeccionado e pela seriedade dos trabalhos ali contidos. Esperamos, pois, que prossiga a Federação a apresentar a revista no nível atingido em seu primeiro número.
Relação das Revistas publicadas e dos artigos em cada exemplar:
Nº 1 – Abril de 1958
A direção – texto e espetáculo por Ruggero Jacobbi, Uma aula de Stanislawsky traduzido por Abílio Cordeiro, Origem da renovação no teatro brasileiro por Osmar Rodrigues Cruz, O teatro antigo na Índia por W. Lourenção, “Quem tem farelos?” de Gil Vicente.
Nº 2 – Junho de 1958
Nota sobre a profissão do ator por Maria Tereza Vargas, A profissão do ator por Lucien Nat, A responsabilidade do ator de Stanislawky, O ator – dilentantismo e assenhoreamento da arte de Alexis Tairov, O ator e o teatro na vida contemporânea de Max Reinhardt, Preparando a personagem de E. Vaghtangov, “Bilbao, via Copacabana” de Oduvaldo Vianna Filho.
Nº 3 – Setembro de 1958
Teoria Geral do Teatro por Roggero Jacobbi, O diretor no teatro de hoje por Emílo Fontana, Meu método de direção teatral de G. B. Shaw, O encenador de Gastão Baty, “Martim Pescador” de Augusto Boal.
Nº 4 e 5 – Dezembro de 1958
Teoria Geral do Teatro (continuação) por Roggero Jaccobi, A luta por uma dramaturgia por Osmar Rodrigues Cruz, Valorização de O’Neill por Paulo Hecker Filho, Prefácio de “Cromwell” de Victor Hugo, A arte do drama de Ronald Peacock, “História em quadrinhos com final feliz” de A. C. Carvalho.

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