domingo, 26 de maio de 2013

CAIU O MINISTÉRIO


Elenco todo ao início do espetáculo












Trecho de crítica – O Estado de S. Paulo 
por Clovis Garcia – 18/3/1973

[...]. Um espetáculo do TPS traz à tona toda a problemática do teatro popular, a adequação das encenações a um tipo específico de público, e a dificuldade de encontrar o justo limite de concessões a um tipo específico de público desabituado ao teatro e de nível cultural limitado e até onde se pode chegar para obter a elevação desse nível. Osmar Rodrigues Cruz conhece bem o público a que se dirige e procura obter a justa medida.[...].
A escolha da peça não poderia ser mais feliz, pois está entre as melhores comédias de França Júnior. A sua estrutura cênica garante um bom rendimento, o desfile de personagens, todos numa linha intensamente satírica, mantém o interesse e a comicidade. Apesar do texto ter quase um século de existência, pois estreou em 1882, muito da crítica de costumes e da sátira política permanece válido até hoje. A liberdade adotada pelo diretor, de modernizar alguns diálogos, principalmente com a substituição de termos de gíria, torna o texto ainda bastante comunicativo para uma plateia atual.
A direção de Osmar Rodrigues Cruz enriqueceu o espetáculo com música e coreografia, o que, com a concepção geral da linha de farsa, resulta numa encenação alegre e divertida. [...]. mas todos parecem representar com alegria, como se estivessem se divertindo, o que se transmite ao espectador.


Trecho de crítica – revista Desfile
por Oswaldo Mendes – março/1973

Voltando a ocupar um teatro que sempre gozou a preferência de uma plateia tradicional, se quiserem chamar assim, o Teatro Maria Della Costa, deixando o modesto e fora-de-mão (para o público rotineiro) Teatro de Arte Israelita Brasileiro, o Teatro Popular do Sesi, em São Paulo, prepara-se para comemorar neste 73 o seu décimo ano de atividades profissionais. O diretor Osmar Rodrigues Cruz, que acumulou nesses dez anos a honra de encenar todos os espetáculos do Sesi, escolheu para a comemoração uma peça brasileira do século passado, escrita por um autor de nítidas implicações políticas (advogado e comentarista político no seu tempo): França Júnior. A comédia Caiu o Ministério uma evidente crítica aos nossos costumes políticos das últimas décadas de mil e oitocentos mantém-se ainda hoje como um dos primeiros documentos do início de uma dramaturgia voltada para uma realidade menos particular de hábitos e dramas domésticos. Essa preocupação com o social e o político deu a França Júnior uma posição de importância entre os nossos autores de teatro, e seu nome ficará obrigatoriamente incluído em qualquer história que se escreva de nossa dramaturgia. [...].

(in Osmar Rodrigues Cruz Uma Vida no Teatro Hucitec 2001)





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