sexta-feira, 25 de julho de 2014

IMPROVISAÇÃO

3ª etapa: A Improvisação

Após esta correspondência espiritual e física, o ator empresta o seu “ego” interior e exterior e começa a viver tudo que o personagem disse e fez durante a segunda etapa. Durante a terceira, ele revela, executa e projeta o personagem através de si próprio. Obedece ao todo do personagem que é (um outro segredo da arte). Improvisa, vive o segundo plano do personagem que o autor simplesmente sugeriu.
Supondo-se, ao decorrer destas conversações com o personagem durante a segunda fase, que o ator, por exemplo, aprenda que o primitivo ambiente do personagem foi de sordidez e pobreza. Na base desta importante informação, o ator estará melhor preparado para representar a cena maior do 3º ato quando o personagem, na hora da sentença, inculpado como ladrão, pede o perdão perante o tribunal. Sua defesa será mais sincera e, portanto, mais persuasiva quando toma o passado do personagem em seu passado. Isto ele pode fazer imaginariamente. Mas simplesmente imaginar o “background” não é ordinariamente suficiente para preparar o ator para o trabalho real na peça. Ele irá mais adiante e vive o “background” através da improvisação, dando expressão através de seu corpo, sua voz e sua linguagem. A improvisação dá forma e significação ao “background” do personagem e torna concreto, no espaço, o que aliás podia ter sido abstrato na imaginação. A execução através do meio de expressão do ator intensifica a obra de imaginação e provê o ator com um fundamento vivo sobre o qual tem de construir o personagem na peça teatral.
De fato, o ator não aprendeu ainda os versos. Nem se trata diretamente com o “script”, quando começa a compreender a sua motivação.

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