quarta-feira, 6 de maio de 2020

MACEDO E OSMAR (continuação)



                  INSTITUTO OSMAR RODRIGUES CRUZ



TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO (TNPB)
Resolvemos, introduzir paralelamente aos programas de teatro uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. O repertório do teatro dirigido por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance é buscar o diálogo, críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da leitura e pesquisa. 




MACEDO E OSMAR (continuação)

A Torre em Concurso de Joaquim Manuel de Macedo, foi o texto escolhido por Osmar Rodrigues Cruz para a estreia do TES (Teatro Experimental do Sesi, o início do TPS. Foi uma boa escolha e excelente estreia em agosto de 1959. Este artigo foi feito para o programa do espetáculo.

(...)

“De sua extensa obra é A Torre em Concurso a obra-prima, em composição, em forma e em técnica. É uma perfeita comédia de costumes brasileiros, composta dentro daquela linha humorístico-burlesca de nossos autores populares, e podemos considerá-la como uma das mais bem acabadas de nosso reduzido repertório. Focalizando problemas políticos e sociais, Macedo não fere ninguém, apenas realça o ridículo em que certas pessoas se colocam ao pretender atingir seus fins, sem escolher bem os meios. A peça trata da construção de uma torre para a igreja; a fim de alcançar esse propósito os meios são escolhidos de maneira errada e ridícula, surgindo daí toda a trama, satírica e farsesca. Ao se encenar uma peça como essa, não seria possível tentar fazer dos atores autômatos, mas é preciso deixa-los viver a situação criada pelo autor. Abordando problema nosso e sendo os personagens escritos e compostos apenas exteriormente, não é difícil para o ator compreendê-los. A dificuldade maior está justamente em obter a coordenação das situações apresentadas na peça, em dar-lhes uma sequência natural e, se possível, realista, não um realismo autêntico, mas uma mostra da realidade, característica da própria peça. Sempre achamos que trabalhando com elementos principiantes, o que se deve procurar é a espontaneidade e não a demonstração de que se está pretendendo criar diversos tipos psicológicos. Todavia, bem mais difícil conseguir simplicidade do que um certo rebuscamento nas cenas e na interpretação. Dos intérpretes de A Torre em Concurso, excetuando-se uns cinco ou seis atores vindos de cursos anteriores, os demais são elementos do nosso último curso de teatro do Sesi e que ora estreiam no palco. Sabemos quanto é árdua a tarefa de pôr em prática ideias e conceitos teóricos sobre uma peça. É justamente este o trabalho do encenador. Procuramos não criar novas situações e movimentações para mostrar o texto. Deixamos que o texto fale por si. O diretor pode dar cor, finura, pode realçar certos trechos da obra, mas nunca introduzir ideias novas. Com a apresentação do Grupo de Teatro Experimental do Sesi, procuramos preencher uma lacuna, e demonstrar que aos dados das três dezenas de grupos dramáticos, mantidos pelo Sesi, há um grupo que pode servir de escola. Assim, ao invés de levarmos espetáculos até o público, em clubes e indústrias, como o fazemos comumente, esse público virá uma vez ou outra a um teatro para assistir a um espetáculo realizado com maior apuro, em condições que vários onde nos apresentamos não permitem. A todos o meu muito obrigado. Divirtam-se”. (ORC)  

Mais dois textos de Macedo foram encenados por Osmar: O Primo da Califórnia com o elenco itinerante do TPS e fora do TPS A Moreninha com adaptação de Miroel Silveira com Marília Pêra como protagonista.
Mais informações no nosso livro – OSMAR RODRIGUES CRUZ – uma vida no teatro (Hucitec – SP – 2001) de onde extraímos o texto.





OSMAR ESPECTADOR


Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50



















 


COLUNA

Zurc Nacif  

Estamos nos sentindo mal, e eu falo como o Instituto, em não manter uma frequência constante em nossas postagens. Por isso sou culpado também! São tantos os assuntos pertinentes à nossa análise, que frequentemente fico em dúvida sobre qual falar.
Porém, uma “coisa” me intriga: a passividade de nosso povo. Diante de tantos descasos do presidente há um comportamento que é extremamente danoso neste momento de pandemia, ele está promovendo a divisão dos cidadãos ou quem não está com ele, está contra ele. Do quê se trata essa divisão? O comportamento dele nada colaborativo frente ao caos de uma pandemia, de controle de quarentena, do uso de máscaras e de maior higiene e cuidado de cada um.
Sabemos que a maioria da população não tem acesso ao saneamento básico, nem a noções de higiene mínima e do porque do uso de máscaras. E diante disto é impressionante o descaso do presidente, promovendo aglomerações, que disseminam o contágio maior e são condenadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Ele é tão infantil e desastroso em exprimir sua opinião quanto ao crescimento das mortes, aliás que crescem a cada dia, ao sucateamento da saúde que já se encontrava avançado e hoje não há mais leitos em São Paulo. E ele acha tudo normal: - “E daí?” como pode falar assim um presidente? Este péssimo e condenável comportamento, que ao invés de confortar os doentes, cria um estado de incerteza e pânico.
Todos os dias quando acordo penso em duas coisas: no vírus covid-19 e no vírus JMB-19. Em qualquer lugar do mundo este presidente já estaria deposto pelo povo, pois ele é a maior ameaça à saúde dos cidadãos. Quanto esforço estamos fazendo para reverter o quadro de insanidade de caráter deste que se diz presidente? Qual tem sido o comportamento da população frente a esses dois vírus? Incerteza e descontrole? De ignorância e descaso?
Temos de reagir, não há outro comportamento a seguir: quarentena, prevenção e proteção. Frente à catástrofe mundial do covid-19 e, aqui, frente ao vírus JMB-19. Atitude, controle e prevenção contra os dois! Atitude firme contra os dois, controle pessoal diante de tudo e prevenção ativa no dia a dia de nossas vidas. Esperando que alguém o retire de lá, ou o povo acorde e tome o poder em suas mãos.

#FIQUEEMCASA       #FORABOLSONARO      

E USE MÁSCARA SE PRECISAR SAIR.