domingo, 26 de agosto de 2018






Instituto Osmar Rodrigues Cruz



TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO

FOLCLORE E (É) TEATRO
Devido ao acentuado racismo nos Estados Unidos, os negros se fortaleceram muito na união de seus povos e criaram “a mais poderosa influencia musical de que há memória". Vindos em sua maioria do Congo sempre se reuniram aos sábados, seja para reverenciarem seus deuses, seja para festejar com sua música ímpar e, principalmente, tentar alimentar a força que tem a união para lutarem contra a segregação racial.
No Brasil muitos séculos se passaram até surgir o samba, propriamente dito, pois sofreu várias influências e se subdivide em várias graduações rítmicas em nosso país continental. Desde o legítimo tambor africano nas suas reuniões e celebrações, até chegarmos à inclusão de vários instrumentos passaram-se séculos.
O colonialismo no Brasil foi muito intenso, deixando sua marca até os dias de hoje no comportamento e no imaginário de todos nós. Seja na cultura importada e massificante que influencia, através dos meios de comunicação mais simples e que hoje qualquer um tem – a televisão, até os meios eletrônicos mais sofisticados como o computador na sua versão mais corriqueira – o celular. O que vem de fora sempre é o melhor entranhando-se em nós, nos tornando meros expectadores, repetidores, imitadores de uma forma de vida que não é a nossa. Assim sendo, aprendemos que não temos cultura própria, não produzimos arte, que o popular é folclore e este é pequeno, coisa do passado, vinda dos pobres.
É exatamente aqui que descobrimos nossa verdadeira origem de um teatro nacional popular brasileiro. Uma observação, o popular, desculpem-me os mestres e doutores como eu, é nossa raiz e a nossa vocação, aquela arte que todo mundo gosta e prestigia. “É teatro lotado, cheio de gente” como dizia Plínio Marcos.
Como aconteceram no Brasil diversas expedições de outros países, sofremos muitas invasões. Os ricos espanhóis, franceses e holandeses andaram por aqui para tirar seus pedacinhos. Entretanto, foram os náufragos, degredados de navios perdidos e condenados que eram mandados para cá como pena a ser cumprida e traficantes de escravos que ocuparam boa parte da costa nacional.
A igreja católica também vinha nas expedições como já vimos e catequisou, como também construiu seus templos em grande parte do país. Podemos constatar em todas as cidades brasileiras, nas capitais ou interior dos estados, construções de igrejas que datam desde o século XVII, até do século anterior. E a influência da igreja foi extremamente importante na criação junto ao povo de festas populares. Já que o Padre Anchieta não havia dado muito certo. Assim foram surgindo nas procissões dos dias santos, muitas canções em português, língua do povo, já que as missas eram rezadas em latim. Surgiram figurinos, estandartes e alguns instrumentos musicais para conduzir as músicas, além de mais tarde a representação de certas datas cristãs mais importantes como a Paixão de Cristo e Autos de Natal, que permanecem até hoje com apresentações profissionais.    
As manifestações detalhadas deste primeiro teatro popular serão analisadas, conforme cada região do país constatando nossa maior riqueza cultural a diversidade.

Livro consultado: Drama para Negros e Prólogo para Brancos do criador do Teatro Experimental do Negro – Abdias do Nascimento 1961.




Visitem também o blog do victorino www.blogdovictorino.blogspot.com.br  e a nossa página no face!