DIÁRIO DE SÃO PAULO – POR OSCAR NIMITZ - 22/01/1958
Osmar Rodrigues Cruz eleito presidente da FPAT
Osmar Rodrigues Cruz é o novo Presidente da Federação Paulista de
Amadores Teatrais. Até o fim de 1958, ficará sob a sua responsabilidade os
destinos da entidade magna dos amadores do Estado.
Além de Osmar,
foram eleitos Moisés Leiner, Francisco Giaccheri, Martin Solé, Oswaldo Pisani e
muitos outros, que colaborarão para que as atividades teatrais se movimentem
com mais intensidade.
A posse da nova
diretoria será ainda este mês, conforme nos declara Nicolau Cinelli, ex-
presidente da FPAT.
Podemos informar
que uma das primeiras iniciativas da nova direção, será o lançamento,
novamente, da Revista do Teatro Amador, uma vez que já conta com uma verba
anual de Cr$ 100.000,00, fornecida pelo governo do Estado, anualmente, para sua
impressão.
“Ronda” prognostica
grandes atividades da FPAT neste ano.
COLUNA SESSÃO FOLHA DE TEATRO - FOLHA DA MANHÃ - POR DELMIRO
GONÇALVES - 25/04/1958
“Revista de Estudos Teatrais”
“A
Federação Paulista de Amadores Teatrais lançou a sua primeira publicação,
graças à verba concedida pelo governo estadual, através de sua Comissão de
Teatro”. Assim inicia a direção daquele órgão a apresentação de sua nova
publicação. Como se vê, o Plano Estímulo ao Teatro começa a funcionar bem, e
dentro da linha a que seus relatores se propuseram, isto é, incentivar
principalmente o lado cultural, procurando por todos os meios a seu alcance,
criar uma consistência e um interesse maior da população pela arte cênica.
A
revista da Federação termina a abertura da apresentação com as seguintes palavras:
“Esta será a nossa revista. Simples, pequena, humilde e com uma única
finalidade: dar um pouco a todos aqueles que desejarem recebê-la tal qual ela
é. Longe de nós qualquer pretensão de doutrinar e orientar”.
Assim
ficam já delineados e delimitados, desde o primeiro número, as intenções e os
objetivos da nossa publicação. Sem alardes, sem grandes pretensões,
apresenta-se a revista em cuidadosa feitura gráfica, discreta e de bom gosto.
O
primeiro artigo é assinado por Ruggero Jacobbi, denominando-se “A direção:
texto e espetáculo”. Trata-se de um longo e interessante trabalho que ocupa
mais ou menos 13 páginas da publicação, no qual o autor examina com cuidado os
diversos encenadores mundialmente famosos. Trata-se de um artigo de grande
interesse e que situa a revista num plano bem mais elevado do que os seus
diretores modestamente pretendem. Tanto melhor assim. A pretensão tem sido uma
das causas que fizeram malograr muitas das nossas atividades artísticas. Se a
direção da revista puder sempre apresentar artigos do nível daquele que inicia
este seu primeiro número, ganharão todos e o órgão da Federação se colocará
entre as melhores publicações do gênero existentes no Brasil. Segue-se “Uma
aula de Stanislawski”, texto traduzido por Abílio Cordeiro. Osmar Rodrigues
Cruz assina trabalho sobre a “Origem da renovação no teatro brasileiro”.
Termina a parte referente às colaborações sobre teatro uma de W. Lourenção, intitulada: “O teatro
antigo na Índia”. Finalizando o primeiro número, acha-se publicada na íntegra a
farsa de Gil Vicente “Quem tem farelos”. Assim a Revista de Estudos Teatrais
apresenta-se num nível bem alto, pequena mas com artigos de bastante interesse,
que poderão servir de maneira producente a todos os que se interessam pela arte
cênica.
A
direção composta por Osmar Rodrigues Cruz, Gilberto Rendelucci e Kaumer D.
Rodrigues merece ser aplaudida pelo cuidado com que este número foi
confeccionado e pela seriedade dos trabalhos ali contidos. Esperamos, pois, que
prossiga a Federação a apresentar a revista no nível atingido em seu primeiro
número.
Relação
das Revistas publicadas e dos artigos em cada exemplar:
Nº 1 – Abril
de 1958
A direção – texto e espetáculo por Ruggero
Jacobbi, Uma aula de Stanislawsky traduzido por Abílio Cordeiro, Origem
da renovação no teatro brasileiro por Osmar Rodrigues Cruz, O teatro
antigo na Índia por W. Lourenção, “Quem tem farelos?” de Gil Vicente.
Nº 2 – Junho
de 1958
Nota sobre a
profissão do ator por Maria Tereza Vargas, A profissão do ator por
Lucien Nat, A responsabilidade do ator de Stanislawky, O ator –
dilentantismo e assenhoreamento da arte de Alexis Tairov, O ator e o
teatro na vida contemporânea de Max Reinhardt, Preparando a personagem
de E. Vaghtangov, “Bilbao, via Copacabana” de Oduvaldo Vianna Filho.
Nº 3 –
Setembro de 1958
Teoria Geral do
Teatro
por Roggero Jacobbi, O diretor no teatro de hoje por Emílo Fontana, Meu
método de direção teatral de G. B. Shaw, O encenador de Gastão Baty,
“Martim Pescador” de Augusto Boal.
Nº 4 e 5 –
Dezembro de 1958
Teoria Geral do
Teatro
(continuação) por Roggero Jaccobi, A luta por uma dramaturgia por
Osmar Rodrigues Cruz, Valorização de O’Neill por Paulo Hecker Filho, Prefácio
de “Cromwell” de Victor Hugo, A arte do drama de Ronald Peacock,
“História em quadrinhos com final feliz” de A. C. Carvalho.
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