1ª etapa: Conhecimento da
peça e crença na verdade imaginária
A fase inicial da criação do personagem é apenas dedicada à
concepção. O ator sabe que o personagem está vivo em virtude da peça teatral.
Portanto, começa a concebê-lo, familiarizando-se imediatamente com a peça toda.
O assunto da peça. Ele a lê repetidas vezes, até que saiba o que está
contido nela. Não faz diferença se ele pensa nas entrelinhas ou no mordomo.
Artisticamente, não existe algo como um papel principal ou pequeno.
Praticamente, sim. Compreendendo a peça toda, ele aceita o “sine qua non” da
produção. Ao rejeitar o texto como foi escrito e concebido pelo autor, está
rejeitando o elemento mais importante do Teatro.
Durante a fase inicial, o ator cultiva a atitude de espírito de que
a peça é uma verdade e não uma ficção. Ou melhor, crê na ficção (o “if”
criador, mágico, de Stanislavski). Não duvida, mas aceita. Acredita
infantilmente (como faz a criança) que os personagens são pessoas e os
episódios reais. Uma vez que o ator comece por acreditar na verdade imaginária,
franca e incondicionalmente, começou por dominar o que é, talvez, o maior
segredo de sua arte. Porém, suas prestidigitações imaginárias devem ser as suas
rotas traçadas firmemente na peça.
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