quarta-feira, 10 de junho de 2020

INSTITUTO OSMAR RODRIGUES CRUZ



Estamos postando hoje mais dois itens do Blog.



 


OSMAR ESPECTADOR


Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50


A Companhia Dulcina Moraes e Odilon Azevedo apresentam "Irene" de Pedro Bloch com direção de Dulcina Moraes.
 





















 
COLUNA

Zurc Nacif

Certamente, o assunto dominante é a pandemia do corona vírus. Como não estou aqui para dar curso de filosofia, mas pensar junto a vocês nosso dia a dia, refletindo melhor com a ajuda da filosofia, gostaria de focar num ponto importante desta fase pela qual passamos. Nossa relação com os outros que nos cercam e com aqueles que não podemos ver ao vivo, trás à tona um sentimento crucial neste momento – a solidariedade. Será que conseguimos nos colocar no lugar do outro? Será que conseguimos ajudar o outro sem querer nada em troca?

Nossa solidão, mesmo que em família, faz com que pensemos em nossa própria condição humana. Como exemplo, nós em sociedade com o mundo temos emprego, alimentação, casa própria, e ainda não fomos infectados pela covid-19. Estamos bem, o outro, às vezes bem próximo, não tem mais emprego, a alimentação está acabando e não há mais dinheiro, a moradia é alugada! Céus! O quê eu faria? Posso ajudar? Sim, se eu sou o primeiro exemplo e posso contribuir, porque não, com um pouco de alimento que compro no supermercado, ou com dinheiro, ou com um emprego temporário que possa ajudá-lo... são inúmeras possibilidades. Porém a maioria das pessoas não quer encarar o próximo, bem próximo. Vai em algum lugar onde aceitam doações e não quer ver e saber para quem estão doando, recusa-se a enxergar o mais próximo, aquele que vê todo dia até. Vê, mas não se interessa em saber como está, se adoeceu, se perdeu seu emprego, mas nem um papinho para o outro desabafar.

Está ocupado demais no seu “home office”, faz quarentena e sua geladeira está cheia. Meio cafona, mas seu coração está vazio. Sem a solidariedade não somos nada, ser solidário faz parte da natureza humana, este sentimento nos foi desviado pelo desenfreado capitalismo que domina nossa maneira de ser. Os mais puros sentimentos foram alterados e substituídos pela ganância de ser o melhor, “melhorar de vida” e comprar, comprar e comprar! Então vai e compre uma cesta básica e dê a alguém, pergunte quem está bem ou não, volte a ser humano!!!

Porque nesse momento todos estão sentindo um medo profundo de ser contaminado e morrer. Não há plano de saúde que arranje um leito de UTI, um respirador, medicamentos e a cura. A grande angústia é um só instinto inato a todos – o instinto de preservação, de vida, e a preocupação maior em querer vida deveria transcender a nós mesmos e se estender ao outro. Romperíamos com esse gesto todo o capitalismo, todo sistema que nos leva ao egoísmo, passaríamos a olhar e ver o outro como uma extensão de nós mesmos construindo juntos um mundo muito, MAS MUITO melhor.


USE MÁSCARA QUANDO SAIR      FIQUE EM CASA SE PUDER