terça-feira, 19 de novembro de 2019







INSTITUTO OSMAR RODRIGUES CRUZ





Resolvemos, introduzir paralelamente aos programas de teatro uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. O repertório do teatro dirigido por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance é buscar o diálogo, críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da leitura e pesquisa. 




SÉCULO XVIII – E ONDE ESTÁ O TEATRO?

A grande marca do século XVIII na Europa é o Iluminismo, um movimento e surgimento de um novo saber, que influenciará a arte e a política. Basta lembrarmos de Denis Diderot com seu texto sobre o ator – “Paradoxo sobre o comediante” que influenciará outros filósofos e o próprio teatro até hoje.
É o pensamento grego revisitado, a dialética repensada, Aristóteles revisado? Agora é a razão quem dirige nossos atos, nossa vida, é nosso guia. Rousseau e o “Contrato Social” influenciará a política. E ao fundo a genial música de Mozart, entre tantos outros filósofos, músicos, artistas, pintores, enfim uma época fascinante que vale ser pesquisada.
Enquanto isso na Europa Napoleão Bonaparte tenta dominar o continente com invasões, com mãos de ferro e uma razão nem um pouco natural. Portugal também é afetado e D. João, o rei, fica apavorado! Então surge a ideia de reunir o reinado e a família e fugir para a sua colônia preferida – o Brasil.
Já em 1808 a Família Real Portuguesa vem com sua corte para o Brasil e permanecerá aqui por 13 anos, criando o Reino Unido a Portugal e Algarves. Na corte vem com ele toda a aristocracia portuguesa e pintores, políticos, artistas, professores, é quando surge a remodelação da cidade do Rio de Janeiro e a criação do Banco do Brasil! Não só isto, mas o primeiro curso técnico e superior.
Os nobres que vieram queriam diversão e a Casa da Ópera de Manuel Luís era muito modesta para eles. Então, D. João manda construir o “Real Teatro de São João” para receber as companhias estrangeiras. Boas intenções tinha D. João, porém sempre centradas em si mesmo, contagiado pelos Iluministas e suas ideias.
Dentre essas ideias, o saber financeiro cria inúmeros impostos para quase tudo e com ele as diferenças sociais aumentam criando muita ganancia por parte dos nobres, e por outro lado muita revolta dos explorados a sustentar a nobreza. Os estados do Nordeste se sentem roubados e a pobreza aumenta, é o início da revolta contra a monarquia a favor dos ideais republicanos.
Sabemos que é muita informação histórica, porém são acontecimentos relevantes à formação do nosso teatro nacional. O teatro popular surge vindo também de Portugal, disto ninguém pode discordar. Nascemos de portugueses, atores e companhias, não temos relatos nem provas, todavia atores de rua sempre existiram em qualquer época ou lugar.







OSMAR ESPECTADOR


Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50



Destacamos que Miroel Silveira traduziu e dirigiu o texto original de Willian Inge, contando com a cenografia de nosso saudoso Clovis Garcia.





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