Discurso de Mário
Amato
Inauguração “Sala
Osmar Rodrigues Cruz” – TPS 30 anos
6/4/1992
O motivo que nos une aqui hoje é a
vontade de prestar uma justa homenagem. O homenageado desta noite é o homem que
durante quarenta anos dirigiu os grupos teatrais desta casa, que ao longo desse
tempo soube lhe reconhecer o talento e a capacidade de trabalho.
Neste e em muitos outros palcos, a
cada vez que se leventaram as cortinas, saíram engrandecidos o teatro
brasileiro, o Sesi e, através dele o empresário de São Paulo.
Sucesso foi sempre um personagem
presente na vida de Osmar Rodrigues Cruz, dificilmente o Brasil teria tido um
melhor economista do que homem de teatro, caso Osmar, aluno da Faculdade de
Ciências Econômicas de São Paulo na primeira metade dos anos 40, não houvesse
encontrado sua verdadeira vocação, ao reunir os colegas para uma primeira
experiência teatral. Muitos foram os momentos de consagração, desde então, na
sua trajetória. Seu gênio foi reconhecido pelo extraordinário Nelson Rodrigues,
que elogiou a montagem de Osmar Rodrigues Cruz da peça A Falecida, garantindo-lhe que havia sido um dos melhores trabalhos
já produzidos a partir de sua obra. Em 1969, Osmar conquistou todos os
principais prêmios de teatro, entre eles o “Molière”, que voltaria a ganhar em
mais duas outras oportunidades.
Não haverá exagero em
se afirmar que o empresariado deve a Osmar Rodrigues Cruz o reconhecimento a
boa parte da sua ação no campo da cultura. O Sesi, uma entidade mantida e
administrada pela indústria, converteu-se nas últimas décadas, pelo trabalho de
Osmar, numa importante base de sustentação e revigoramento da atividade teatral
em nosso estado.
[Grifo nosso.]
São provas disso, não apenas o
elenco estável e um itinerante que o Sesi mantém, mas também o apoio que a
entidade oferece ao surgimento de grupos teatrais amadores em suas unidades
instaladas pelo estado afora, sem esquecer desta sala modelar de espetáculos em
que nos encontramos nesta noite, onde, através de ingressos distribuídos
gratuitamente à população, muitos trabalhadores têm seu primeiro contato com os
textos teatrais.
É importante frisar
que se trata de apoio a uma atividade que aguça os sentidos da cidadania, já
que o teatro ajuda as pessoas a melhor entender o mundo à sua volta. [Grifo nosso.] Por isso mesmo
podemos dizer que esse apoio confirma, uma vez mais, a disposição dos
empresários de contribuir para o amadurecimento de uma sociedade viva e
participativa.
Todo esse trabalho se deve a Osmar
Rodrigues Cruz, que durante essas quatro décadas dedicou toda a sua capacidade
à construção de uma obra que hoje merece o reconhecimento, não apenas dos
empresários que a tornaram possível, mas de toda a classe teatral, que tem em
Osmar Rodrigues Cruz um exemplo de dedicação, talento e amor ao teatro.
(in Osmar Rodrigues Cruz Uma
Vida no Teatro Hucitec 2001)
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