INSTITUTO OSMAR RODRIGUES CRUZ
TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO
(TNPB)
Resolvemos, introduzir paralelamente aos programas
de teatro uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional
Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. O repertório do teatro dirigido
por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando
sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom
coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance é buscar o diálogo,
críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da
leitura e pesquisa.
SÉCULO XVIII NO BRASIL – ESTADO DE MINAS
GERAIS – A HISTÓRIA RECOMEÇA
A cidade de Vila Rica torna-se “a pérola preciosa do Brasil” por conta
da exploração do nosso solo. O ouro, ostentado na decoração das Igrejas, também
era moeda de troca e a grama do ouro pagava imposto para chegar as mãos do
explorador, e este pagava imposto para sair do país e enriquecer os cofres
portugueses. D. João ficou tão rico, que era chamado o rei sol de Portugal.
Enquanto isso a cidade a cada dia torna-se mais pobre, iniciando uma
indignação crescente que vai gerar uma revolta. Por outro lado, a cidade já possuía
uma “classe média” de comerciantes, mercadores, ourives, artistas e poetas, é
claro! A classe mais abastada de portugueses pagava os estudos de seus filhos
em Coimbra, na corte portuguesa onde tomaram contato com a queda da monarquia,
com ideais republicanos e liberais da Revolução Francesa.
Foi durante este período que surgiram as grandes figuras da
Inconfidência Mineira nascida no seio da intelectualidade da época, fruto da “burguesia”
da elite local. O texto e sua publicação em 1789 das Cartas Chilenas de
Tomás Antônio Gonzaga iniciam a luta contra a exploração de Portugal das nossas
riquezas. Autor também dos mais belos versos românticos – Marília de Dirceu.
Nesta época são destaques os poetas Silva Alvarenga, Basílio da Gama, Santa
Rita Durão e Claudio Manuel da Costa.
A Coroa portuguesa, por sua vez, percebe o surgimento do movimento dos
descontentes e aplica outro imposto – “caso a arrecadação já existente não
atingisse a cota (cem arrobas de ouro por ano) seria cobrada a derrama, um
imposto extra tirado de toda a população”. Toda a sorte de explorados pela
Coroa, de mineradores a magnatas e mais os revolucionários como Joaquim José da
Silva Xavier, se reúnem para organizar uma rebelião contra a Portugal. Logicamente
quando a Coroa percebeu a movimentação, substituiu o governador por outro que
servisse a Portugal.
A revolução aconteceria logo após a decretação da derrama e seus
objetivos eram primeiro tornar o estado de Minas Gerais independente e com isso
concentrar a renda para acabar com a pobreza, a escravidão e a precariedade dos
habitantes. Porém, o “levante” não obteve sucesso e todos os conspiradores
foram presos e levados para a capital da Colônia Brasil – o Rio de Janeiro. O
tribunal do Rio decide sobre o destino de 18 condenados, 7 foram banidos do
país, 11 condenados à morte. Das sentenças oficiais uma se cumpriu – a morte de
Tiradentes. Sempre altivo e digno ao ouvir as sentenças, foi o mais torturado e
sua morte infame só fez crescer no coração dos abolicionistas e republicanos a
força para continuar lutando.