3ª etapa: A Improvisação
Após esta correspondência espiritual e física, o ator empresta o
seu “ego” interior e exterior e começa a viver tudo que o personagem disse e
fez durante a segunda etapa. Durante a terceira, ele revela, executa e projeta
o personagem através de si próprio. Obedece ao todo do personagem que é (um
outro segredo da arte). Improvisa, vive o segundo plano do personagem que o
autor simplesmente sugeriu.
Supondo-se, ao decorrer destas conversações com o personagem
durante a segunda fase, que o ator, por exemplo, aprenda que o primitivo
ambiente do personagem foi de sordidez e pobreza. Na base desta importante
informação, o ator estará melhor preparado para representar a cena maior do 3º
ato quando o personagem, na hora da sentença, inculpado como ladrão, pede o
perdão perante o tribunal. Sua defesa será mais sincera e, portanto, mais
persuasiva quando toma o passado do personagem em seu passado. Isto ele
pode fazer imaginariamente. Mas simplesmente imaginar o “background” não é
ordinariamente suficiente para preparar o ator para o trabalho real na peça.
Ele irá mais adiante e vive o “background” através da improvisação, dando
expressão através de seu corpo, sua voz e sua linguagem. A improvisação dá
forma e significação ao “background” do personagem e torna concreto, no espaço,
o que aliás podia ter sido abstrato na imaginação. A execução através do meio
de expressão do ator intensifica a obra de imaginação e provê o ator com um fundamento
vivo sobre o qual tem de construir o personagem na peça teatral.
De fato, o ator não aprendeu ainda os versos. Nem se trata
diretamente com o “script”, quando começa a compreender a sua motivação.
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