quinta-feira, 31 de janeiro de 2019



   

Instituto Osmar Rodrigues Cruz



TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO (TNPB)


A jornada de publicações do Acervo de Programas de Teatro, cujos espetáculos Osmar assistiu, é uma empreitada que não terminará tão cedo!  
Resolvemos, então, introduzir paralelamente aos programas de teatro uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. Mergulhar na história é uma tarefa que nunca é demais, pois a história é um processo dinâmico que trás desafios e mudanças. O repertório do teatro dirigido por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance quer buscar o diálogo, críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da leitura e pesquisa. 



Onde está o início???

Com um espírito de luta e resistência nasce (?) nossa dramaturgia da poesia. Portugueses letrados também querem conhecer a nova terra e aqui encontram outros com interesses libertários. Estes que aqui chegam são padres e bacharéis empregados em cargos públicos e que seguem os preceitos da Coroa Portuguesa. No século XVII surge o chamado Movimento Academicista com intenções libertárias, apoiando a libertação dos escravos e a independência.

Poetas que além de textos políticos, criam embriões de um teatro satírico nos moldes da commedia dell’arte. Poucos são os registros já que a Coroa não aprovava e perseguia a todos. Caldas Barbosa dramaturgo português tem registro aqui no Brasil de uma comédia O Remédio é Casar; Claudio Manoel da Costa O Parnaso Obsequioso e Alvarenga Peixoto Enéias do Lácio. Alguns com registro de existirem, porém não materialmente.

Parece que no século XVII acordamos de um longo sono, não só no Brasil, mas o mundo dá um salto de amadurecimento de toda sua história que já havia sido preparada. Sempre mencionamos a Europa porque somos filhos de sua evolução, costumes e dominação durante muitos séculos. Todo conhecimento nos foi trazido pelos europeus, portugueses em sua maioria. Porém, a formação de nossa cultura é fruto de nossa miscigenação.

“A ação fisiológica dos sangues negro e tupi no genuíno brasileiro, explica-lhe a força da imaginação e o ardor do sentimento”. O negro era “operário” e escravo doméstico, foram eles que construíram nosso país, mão de obra forte e escravizada, explorada de sol a sol. Servia ao branco em inúmeras atividades, dentro e fora de casa. Milhões deles em mais de 300 anos fizeram prosperar o país. A consciência de exploração fez crescer uma resistência rumo a sua libertação por meio da criação dos Quilombos.

O Quilombo dos Palmares, o mais conhecido, foi criado por Zumbi, seu líder “o guerrilheiro negro” e “o deus da guerra”, nosso maior líder a influenciar e espalhar a ideia de resistência através dos quilombos onde os negros fugidos tinham um pouco de dignidade. Sem tortura e maus tratos, sem humilhações e exploração, podiam descansar, comer e criarem a ideia de libertação. A revolução é um processo indispensável para o progresso de uma nação. Um povo que não se liberta das injustiças, não aceita a exploração, passivo e ignorante de sua força é um povo fraco e escravizado para sempre.

A Inconfidência Mineira e outras revoluções iniciam o caminhar para mudanças significativas em nosso país. Tiradentes é herdeiro de Zumbi nos ideais de libertação, alferes, oficial e considerado patrono cívico do Brasil, sonhava com a república e a libertação dos escravos. Ele influenciou muita gente em muitos estados brasileiros e “mostrou a Portugal o limite de seu poder”.

Surge então de Portugal, para mim, o maior dramaturgo de língua portuguesa, Antônio José da Silva, que foge de Portugal, para nossa sorte, escolhendo o Brasil como refúgio.

Mas... hoje só no próximo encontro!


Dica: Procure mais pelo assunto Movimento Academicista.



                                     


                                         OSMAR ESPECTADOR


Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50

Os programas de teatro aqui exibidos são recheados de informações do teatro brasileiro encenado nesta época e das companhias estrangeiras conceituadas que excursionavam por aqui. Além dos divertidos anúncios de antigamente!




Madalena Nicol inaugura uma Companhia (Companhia Madalena Nicol) que atua na Televisão, que já possuía programas como Teatro na TV em seu início.