Elenco todo ao início do espetáculo |
Trecho de crítica – O Estado de S. Paulo
por Clovis Garcia –
18/3/1973
[...]. Um espetáculo do TPS traz à
tona toda a problemática do teatro popular, a adequação das encenações a um
tipo específico de público, e a dificuldade de encontrar o justo limite de
concessões a um tipo específico de público desabituado ao teatro e de nível
cultural limitado e até onde se pode chegar para obter a elevação desse nível.
Osmar Rodrigues Cruz conhece bem o público a que se dirige e procura obter a
justa medida.[...].
A escolha da peça não poderia ser
mais feliz, pois está entre as melhores comédias de França Júnior. A sua
estrutura cênica garante um bom rendimento, o desfile de personagens, todos
numa linha intensamente satírica, mantém o interesse e a comicidade. Apesar do
texto ter quase um século de existência, pois estreou em 1882, muito da crítica
de costumes e da sátira política permanece válido até hoje. A liberdade adotada
pelo diretor, de modernizar alguns diálogos, principalmente com a substituição
de termos de gíria, torna o texto ainda bastante comunicativo para uma plateia
atual.
A direção de Osmar Rodrigues Cruz
enriqueceu o espetáculo com música e coreografia, o que, com a concepção geral
da linha de farsa, resulta numa encenação alegre e divertida. [...]. mas todos
parecem representar com alegria, como se estivessem se divertindo, o que se
transmite ao espectador.
Trecho de crítica –
revista Desfile
por Oswaldo Mendes –
março/1973
Voltando a ocupar um teatro que
sempre gozou a preferência de uma plateia tradicional, se quiserem chamar
assim, o Teatro Maria Della Costa, deixando o modesto e fora-de-mão (para o
público rotineiro) Teatro de Arte Israelita Brasileiro, o Teatro Popular do
Sesi, em São Paulo, prepara-se para comemorar neste 73 o seu décimo ano de
atividades profissionais. O diretor Osmar Rodrigues Cruz, que acumulou nesses
dez anos a honra de encenar todos os espetáculos do Sesi, escolheu para a
comemoração uma peça brasileira do século passado, escrita por um autor de
nítidas implicações políticas (advogado e comentarista político no seu tempo):
França Júnior. A comédia Caiu o
Ministério uma evidente crítica aos nossos costumes políticos das últimas
décadas de mil e oitocentos mantém-se ainda hoje como um dos primeiros
documentos do início de uma dramaturgia voltada para uma realidade menos
particular de hábitos e dramas domésticos. Essa preocupação com o social e o
político deu a França Júnior uma posição de importância entre os nossos autores
de teatro, e seu nome ficará obrigatoriamente incluído em qualquer história que
se escreva de nossa dramaturgia. [...].
(in Osmar Rodrigues Cruz Uma
Vida no Teatro Hucitec 2001)
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