Instituto Osmar Rodrigues Cruz
TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO
NOSSAS RAÍZES
Todos
nós brasileiros somos indígenas, afro brasileiros e portugueses, não tem
discussão quanto a isto, somos mestiços até de outros povos que por aqui estão
como descendentes e construtores de nosso país. A diversidade étnica é nossa
maior riqueza quando se fala em cultura como sendo “a aplicação da inteligência
de cada povo para produzir alguma coisa”. A cultura popular é espontânea,
resultado da convivência, geralmente resultado da oralidade do conhecimento e
da sabedoria, vinda desta convivência e reverenciada por um grupo de pessoas
que participam de sua manifestação.
Assim
sendo o dito folclore torna-se uma manifestação teatral na maioria das vezes.
As festas populares são assim e no Brasil foi a base do nosso teatro e permanecem
até hoje atravessando o tempo de geração em geração. Vamos tentar mostra-las.
A
festas predominantes sempre foram originárias do calendário religioso católico,
exatamente por ser a Igreja Católica companheira fiel junto aos portugueses na
dominação dita colonizadora. O ciclo natalino talvez seja o mais constante e do
qual se inicia as festividades católicas: o Reizado e a Folia de Reis, o
Pastorio, representação diante do Presépio. Depois o ciclo Junino ou Juanino
com a Festa de Santo Antônio padroeiro dos casamentos, São João que corresponde
ao solstício de verão (no hemisfério norte) e São Pedro padroeiro dos
navegantes. Festa de Santa Cruz em 3 de maio e Nossa Senhora Aparecida em 12 de
outubro. Semana Santa com seus vários rituais transformados em representações
sobre a Paixão de Cristo. E Corpus Christi. Além dos Santos locais de cada
cidade, pois toda cidade brasileira tem uma igreja por menor que seja.
Os
outros temas das manifestações populares são o Boi Bumba, talvez o mais
conhecido, ou Bumba Meu Boi, Boi de Mamão, cujo mito central é de morte e
ressureição do boi. Manifestações vindas de Portugal (Boi de São Marcos),
França (Boi gordo) e Angola (Procissão do Boi). Na temática marítima temos a
Chegança uma dramatização entre mouros e cristãos. A Nau Catarineta, a
Marujada, o Fandango e a Barca, todas elas representações em forma de Revista.
O Folguedo Moçambique que não tem a participação de mulheres, o Brigue que
inclui as águas de rios e lagos e a Marujada.
A
Cavalhada é um tema muito conhecido também, pois inclui uma coreografia a
cavalo lembrando os cortejos medievais, o torneio em forma de luta entre mouros
e cristãos. Os Jogos, Histriões e as mascaradas lembram muito as festas
medievais e são lembrados em muitas regiões do país até hoje.
Os indígenas
eram reservados e divididos em grupos de várias regiões do Brasil com seus
idiomas próprios de cada tribo. São conhecidos como representações o Pássaro de
Comédia que é um ritual de morte e ressureição, um Pássaro embalsamado é levado
por uma criança às ciganas e feiticeiras. E Caboclinhos ou Cabocolinhos cuja temática
é de guerra com Cacique, Pagé, Caboclo e Índio chefe de cocares, cabelos
compridos, flexa, estandarte e apito. Eram acompanhados por flauta, maraca,
surdo e cuíca. Em Piracáia Índios, Pagé, Macurú faziam a dança mágica de cura
acompanhados de caixa, buzinas, reco-reco e matraca.
Os
africanos trazidos ao Brasil como escravos pertenciam a várias regiões do
continente africano. Os Sudaneses eram Iorubás, Gês, Nagôs e Dahomeanos que tinham
forte influencia dos elementos hindus em suas Danças das Pernas. Já os Bantos
eram de Angola e Moçambique e trouxeram a Capoeira em manifestações musicais e
coreográficas. De Moçambique veio a Congada, um musical completo com
personagens definidos a Rainha, a Princesa, o Capitão, o Mestre e o Meirinho. A
coreografia consistia em duas fileiras e os personagens dentro de um conflito
entre eles usavam guizos nos tornozelos, dançavam descalços, exceto o Rei e a
Rainha. Os instrumentos incluíam caixas, bastões, viola, rabeca e apito. O
Maracatu consiste na coroação do rei do Congo, sai da porta da Igreja em grupos
chamados de Nação; os personagens são Calunga (boneca mística), Rei, Rainha,
Escravo, Dama do Paço, Caboclos (índios), Condes, Condessas e figuração! A
coreografia era reservada às baianas e aos caboclos acompanhados de uma toada
cantada em diálogo e os instrumentos que acompanhavam era o tarol, a caixa e a
zabumba.
É
claro que devo ter esquecido muita coisa, pois sendo apenas um panorama do tema
e graças a nossa grande diversidade peço a sua compreensão. Mas se quiserem
podem incluir o que acharem necessário através do Blog ou na nossa Página no
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