segunda-feira, 10 de setembro de 2018









Instituto Osmar Rodrigues Cruz



TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO


NOSSAS RAÍZES
Todos nós brasileiros somos indígenas, afro brasileiros e portugueses, não tem discussão quanto a isto, somos mestiços até de outros povos que por aqui estão como descendentes e construtores de nosso país. A diversidade étnica é nossa maior riqueza quando se fala em cultura como sendo “a aplicação da inteligência de cada povo para produzir alguma coisa”. A cultura popular é espontânea, resultado da convivência, geralmente resultado da oralidade do conhecimento e da sabedoria, vinda desta convivência e reverenciada por um grupo de pessoas que participam de sua manifestação.

Assim sendo o dito folclore torna-se uma manifestação teatral na maioria das vezes. As festas populares são assim e no Brasil foi a base do nosso teatro e permanecem até hoje atravessando o tempo de geração em geração. Vamos tentar mostra-las.

A festas predominantes sempre foram originárias do calendário religioso católico, exatamente por ser a Igreja Católica companheira fiel junto aos portugueses na dominação dita colonizadora. O ciclo natalino talvez seja o mais constante e do qual se inicia as festividades católicas: o Reizado e a Folia de Reis, o Pastorio, representação diante do Presépio. Depois o ciclo Junino ou Juanino com a Festa de Santo Antônio padroeiro dos casamentos, São João que corresponde ao solstício de verão (no hemisfério norte) e São Pedro padroeiro dos navegantes. Festa de Santa Cruz em 3 de maio e Nossa Senhora Aparecida em 12 de outubro. Semana Santa com seus vários rituais transformados em representações sobre a Paixão de Cristo. E Corpus Christi. Além dos Santos locais de cada cidade, pois toda cidade brasileira tem uma igreja por menor que seja.

Os outros temas das manifestações populares são o Boi Bumba, talvez o mais conhecido, ou Bumba Meu Boi, Boi de Mamão, cujo mito central é de morte e ressureição do boi. Manifestações vindas de Portugal (Boi de São Marcos), França (Boi gordo) e Angola (Procissão do Boi). Na temática marítima temos a Chegança uma dramatização entre mouros e cristãos. A Nau Catarineta, a Marujada, o Fandango e a Barca, todas elas representações em forma de Revista. O Folguedo Moçambique que não tem a participação de mulheres, o Brigue que inclui as águas de rios e lagos e a Marujada.

A Cavalhada é um tema muito conhecido também, pois inclui uma coreografia a cavalo lembrando os cortejos medievais, o torneio em forma de luta entre mouros e cristãos. Os Jogos, Histriões e as mascaradas lembram muito as festas medievais e são lembrados em muitas regiões do país até hoje.

Os indígenas eram reservados e divididos em grupos de várias regiões do Brasil com seus idiomas próprios de cada tribo. São conhecidos como representações o Pássaro de Comédia que é um ritual de morte e ressureição, um Pássaro embalsamado é levado por uma criança às ciganas e feiticeiras. E Caboclinhos ou Cabocolinhos cuja temática é de guerra com Cacique, Pagé, Caboclo e Índio chefe de cocares, cabelos compridos, flexa, estandarte e apito. Eram acompanhados por flauta, maraca, surdo e cuíca. Em Piracáia Índios, Pagé, Macurú faziam a dança mágica de cura acompanhados de caixa, buzinas, reco-reco e matraca. 

Os africanos trazidos ao Brasil como escravos pertenciam a várias regiões do continente africano. Os Sudaneses eram Iorubás, Gês, Nagôs e Dahomeanos que tinham forte influencia dos elementos hindus em suas Danças das Pernas. Já os Bantos eram de Angola e Moçambique e trouxeram a Capoeira em manifestações musicais e coreográficas. De Moçambique veio a Congada, um musical completo com personagens definidos a Rainha, a Princesa, o Capitão, o Mestre e o Meirinho. A coreografia consistia em duas fileiras e os personagens dentro de um conflito entre eles usavam guizos nos tornozelos, dançavam descalços, exceto o Rei e a Rainha. Os instrumentos incluíam caixas, bastões, viola, rabeca e apito. O Maracatu consiste na coroação do rei do Congo, sai da porta da Igreja em grupos chamados de Nação; os personagens são Calunga (boneca mística), Rei, Rainha, Escravo, Dama do Paço, Caboclos (índios), Condes, Condessas e figuração! A coreografia era reservada às baianas e aos caboclos acompanhados de uma toada cantada em diálogo e os instrumentos que acompanhavam era o tarol, a caixa e a zabumba.

É claro que devo ter esquecido muita coisa, pois sendo apenas um panorama do tema e graças a nossa grande diversidade peço a sua compreensão. Mas se quiserem podem incluir o que acharem necessário através do Blog ou na nossa Página no Face ficaremos felizes! 


                                                     
                                          OSMAR ESPECTADOR


Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50





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