TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO
(TNPB)
Resolvemos, introduzir paralelamente aos programas
de teatro uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional
Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. O repertório do teatro dirigido
por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando
sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom
coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance é buscar o diálogo,
críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da
leitura e pesquisa.
O prometido está aqui – uma aula sobre Joaquim
Manoel de Macedo por Osmar Rodrigues Cruz.
“Joaquim Manuel de
Macedo é, sem dúvida, dentre todos os escritores brasileiros que escreveram
para o teatro, o que melhor soube descrever os costumes e transportá-los em
diálogos cômicos e burlescos. Seus biógrafos são unânimes em afirmar que foi
Macedo um autêntico autor teatral, apesar dos inúmeros romances que escreveu.
Sua veia cômica, mais do que em poesias e romances, se evidenciou nas comédias.
Macedo pertencia à escola romântico- realista e durante trinta anos se manteve
popular e lido. Era um escritor que se dirigia ao gosto do público, não
procurava mudá-lo. Eis por que suas peças não perderam a atualidade e dentro de
sua linha é insuperável. Ele não penetrava a fundo nos seus personagens, mas
sabia tratá-los e fazê-los correr pela história, mantendo uma realidade
atuante. Heron de Alencar em A Literatura no Brasil, assim define o
estilo de Macedo: ”O realismo de Macedo é próprio do Romantismo,
particularmente do romance romântico, uma de cujas variantes – a que foi por
ele adotada – se alimenta sempre do conflito entre as românticas aspirações
sentimentais das personagens e a realidade imediata”. Embora tendo uma visão
romântico-realista e crítica do seu meio, não se prendia em examinar fatos, em
que o mal era uma necessidade, sobre isto escreveu Antônio Cândido: “Se já
houve quem dissesse que o mal é necessário, para Macedo ele é apenas
provisório. Em sua obra tudo se explica, resolve e perdoa, como era gosto
romântico. Escritor das famílias, timbra nas amenidades finais, que reconciliam
a vida e o semelhante. O vício é privação momentânea da virtude; mesmo a
pobreza é uma suspensão da abastança. A maldade é passageira, o bem definitivo;
eis a moral dos seus livros. Nunca escritor reduziu tanto a psicologia à moral
e esta ao catecismo”. Essa a moral e a linha literária de Macedo. Sempre
influenciado pelo teatro, ele conseguiu popularidade no romance. Mas era o
teatro a sua verdadeira vocação. Comediografo inato, sua obra no gênero pertence
em linha reta à tradição de Martins Pena, sendo, às vezes, superior ao criador
da comédia nacional. Seu teatro constitui também uma autêntica crônica da
época, seus personagens são tipos que vivem no espaço e no tempo. O teatro
brasileiro na época de Macedo floresceu com autores e atores nacionais. Assim
como no romance, Macedo também foi o pioneiro na dramaturgia de costumes
brasileiros. José Veríssimo que tanto o criticou escreveu a respeito de sua
vocação para o teatro de costumes: “Na comédia achava ele melhor, em um mundo
mais natural, mais espontâneo e que lhe é mais familiar e conhecido que o dos
seus dramas. [...]. Demasiado românticos de assunto, excessivamente romanescos
de composição e estilo, falham mais os seus dramas do que as suas comédias na
representação que presumem ser da nossa vida. [...]. O teatro romântico na
comédia popular de Pena, de Macedo, de Alencar e de autores de menor nome, deu
da sociedade do tempo uma cópia em suma, exata”. (ORC)
(...) continua
OSMAR
ESPECTADOR
Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50
Dulcina e Odilon - 1953. Direção de Dulcina Moraes da tradução de Armando Gonzaga: A Doce Inimiga de André-Paul Antoine.
COLUNA
Zurc Nacif
Por enquanto, vamos focar no presente para
introduzir nossa reflexão filosófica e política.
Em duas semanas tudo virou de cabeça para baixo!
Estamos atravessando um momento histórico, que, mais tarde, recordaremos com
tristeza. Porém, em momentos como este podemos ver atitudes de cidadania e este
é nosso pressuposto para sermos seres políticos. Quem está a favor de
afrouxamento da quarentena não é cidadão, mas sim um agente da política ultra
capitalista, que não se importa com a vida humana. As pessoas que não tem
discernimento, não tem acesso a informação, que não tem um pensamento crítico
são enredadas por esta posição e serão extremamente prejudicadas. Elas já não têm
casas adequadas, não têm água, nem esgoto, educação, higiene básica e muito
menos informações e meios de divulgação que as ensine métodos contraceptivos
para não ter tantos filhos! Eles já nascem na linha da pobreza extrema, sem
alimentação, sem educação adequada e serão o quê? Repetirão as gerações
anteriores e assim sucessivamente mais uma nova geração surgirá, por quê não se
investe em formação de seres humanos mais conscientes? Medo, medo de se criar
um povo que contesta, que reage aos erros dos governantes, seria criar seres
humanos mais críticos, mais atuantes. Com menos crianças teríamos como prover a
todos, como organizar melhor moradias, escolas, empregos, saneamento básico,
alimentação adequada, enfim poderíamos ser um novo país.
Tudo isso foi escancarado nos telejornais agora, na
pandemia que enfrentamos. Precisamos pensar o quê podemos fazer para efetuarmos
essa mudança para recriarmos um novo país. Sempre há saída quando realmente nos
empenhamos, seja a associação de bairro, novos grupos criados com o objetivo de
abrirmos os olhos dos mais necessitados de consciência da sua vida medíocre,
frágil e tão mal planejada, tão mal vivida.
#FIQUEEMCASA e
#FORABOZONERO