Instituto Osmar Rodrigues Cruz
Após
a conturbada quinzena das eleições voltamos ao trabalho, ao nosso cotidiano de resistência.
Por isso, pensamos em publicar um texto que reúna a todos que trabalham com
teatro, educação, cultura e todas as artes. Aos nossos leitores vale a reflexão
para um futuro melhor.
“O
Teatro Brasileiro está em crise porque o Brasil ainda não conseguiu educar o
seu povo ao ponto de se tornar o teatro uma verdadeira exigência de sua
civilização. O teatro é uma necessidade, mas só existirá quando o povo dele
venha a sentir falta.(...) não basta proteger e amparar o teatro para que ele
exista, se antes não são solucionados os problemas de ordem econômica, o da
difusão do ensino e até o da própria saúde pública. Um povo inculto não é um
povo civilizado, e o Teatro é um produto espontâneo da civilização. Onde há
cultura, haverá necessariamente, Teatro. E disso depende até o próprio padrão
de vida dos povos, cujo nível econômico está sempre em relação com a cultura,
que mostra os caminhos a seguir para a consecução desse máximo ideal de todos
os povos civilizados: independência econômica.”
(...)
“A
história das civilizações ensina que as artes só florescem, em todos os países,
apenas em épocas de fastígio econômico. O velho pré-conceito, segundo o qual é
a miséria a maior força criadora da arte, pode absurdamente aplicar-se aos
indivíduos, mas nunca às coletividades. Um povo pobre será sempre inimigo das
artes. Um povo pobre será sempre um povo doente, e um povo doente será sempre
contrário, naturalmente, a quaisquer manifestações do espírito.”
Joracy Camargo