domingo, 22 de setembro de 2019


 
INSTITUTO OSMAR RODRIGUES CRUZ


TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO (TNPB)
Esta é uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. Mergulhar na história é uma tarefa que nunca é demais, pois a história é um processo dinâmico que trás desafios e mudanças. O repertório do teatro dirigido por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance quer buscar o diálogo, críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da leitura e pesquisa.
 

“A Brasilidade de Antônio José”

Osmar Rodrigues Cruz cita em nosso livro este texto de Cândido Jucá, da Academia Carioca de Letras, em edição de 1940, onde defende a tese da brasilidade do autor. Cândido Jucá foi um pesquisador e professor de nosso idioma, sua análise dos textos de Antônio José é impecável demonstrando trechos das peças e encontrando o que chama de “brasileirismo de linguagem”. Prova disso são trechos de seus diálogos que não citaremos, pois a análise seria cansativa onde enfoca o emprego de pronomes em nosso idioma. Mas Cândido Jucá nomeia o teatro de Antônio José como “carioca” e por isso “cáustico”. Seu lirismo transparece em seus originais nas músicas, já que o teatro dele era ópera “popular e nacional”, com o estilo do teatro de feira espanhol. Além de tudo era um mestre em Teatro de Marionetes tão divertido quanto elaborado até os dias de hoje.

Um dia Antônio José, que já ocupava o Teatro do Bairro Alto de Lisboa, um salão no antigo Palácio do Conde de Loure, faz sua estreia no Carnaval de 1737 da “Ópera Joco-Séria, Guerras do Alecrim e Manjerona”.

Em 1954, um elenco amador da Caixa Econômica Federal, sob a direção de Osmar Rodrigues Cruz concorre no I Festival Paulista de Teatro Amador com este texto Guerras do Alecrim e Manjerona de Antônio José da Silva.

Nas palavras de Osmar “(...) foi sucesso, ganhei prêmio. Eu adoro o Antônio José da Silva, acredito que, depois de Gil Vicente em língua portuguesa, ele é o maior autor. E considero o Antônio José brasileiro, porque ele nasceu no Brasil.(...)”
 
O Prêmio foi de Melhor Diretor de Comédia, uma lindíssima escultura do personagem da Commedia dell’Arte Arlequim. 




No programa da peça para o Festival tem um texto de Osmar como referência da peça e gostaríamos de mostrar o final dele:

"Que não seja a última peça a ser montada do célebre Antônio José! É possível que daqui a algum tempo voltemos com o "Anfitrião", já que o Grupo do Grêmio Caixa Econômica Federal pretende dar a conhecer os melhores textos do teatro brasileiro, este pobre teatro brasileiro, tão atacado, mas tão pouco conhecido e tão pouco REPRESENTADO."

Hoje, excepcionalmente vamos publicar o Programa da Peça do Festival.