sábado, 22 de junho de 2013

TPS – O TEATRO DA PAULISTA

Entrada original do TPS

Final do espetáculo com todo elenco

Em destaque Osmar, Plínio Marcos e Procópio Ferreira




TPS – O TEATRO DA PAULISTA - ABRE SUAS PORTAS, NO PRÉDIO DA FIESP EM SÃO PAULO, COM UMA PEÇA DE PLÍNIO MARCOS EM PLENA DITADURA MILITAR NO PAÍS.

Trechos de reportagem – Última Hora
por Oswaldo Mendes – 26/5/1977

O TPS em casa própria
Depois de catorze anos apresentando espetáculos dentro de uma diretriz popular, em vários teatros alugados da cidade, em bairros e cidades do interior, o TPS inaugura a sua tão sonhada casa própria. Um teatro no número 1.313 da Avenida Paulista com capacidade para 453 espectadores, equipamentos modernos e tudo o mais que ofereça à nossa única companhia popular de teatro, [...].

Aprendendo com a prática
Enquanto muitas discussões são alimentadas em torno do que deve caracterizar um teatro popular – discussões que são sempre importantes e necessárias o fato é que o TPS tem preferido exercitar um conceito. Não lhe têm faltado nesses catorze anos, aplausos apaixonados e críticas severas. As críticas, muitas vezes, têm nascido de imperativos muito mais conceituais, exigindo uma postura definida ou definitiva, do sentido popular que o TPS empresta ao seu trabalho.
Mas parece também evidente que, nesses catorze anos, os espetáculos montados pelo TPS têm procurado mais é facilitar o acesso ao teatro de camadas economicamente impossibilitadas de uma frequencia maior aos veículos de formação artística e cultural. Buscando sempre um repertório que se ajustasse ao objetivo de facilitar o acesso popular, dentro de várias faixas etárias, o TPS tem, nos últimos anos, voltado sua atenção para a dramaturgia brasileira, encenando desde França Júnior a Gonçalves Dias, chegando agora ao contemporâneo Plínio Marcos.
Portanto, não parece ser o caso de se cobrar do TPS posturas formais ou conceituais. O seu trabalho tem um sentido que pode, e está sendo útil na quebra de barreiras que, faz tempo, vem impedindo que o teatro consiga falar às plateias mais amplas, e, certamente, mais carentes de informações culturais e artísticas.


O POETA DA VILA E SEUS AMORES

Trechos de crítica – O Estado de S. Paulo
por Ilka Marinho Zanotto – 30/6/1977

Uma festa digna da poesia de Noel Rosa

Para comemorar os quarenta anos da morte de Noel Rosa, Osmar Rodrigues Cruz organizou uma festa digna do Poeta da Vila: inaugurou o ultramoderno e confortável TPS, na Avenida Paulista, com um espetáculo lindo, envolvente e singelo como a própria música do compositor. [...]. O Poeta da Vila e Seus Amores, com altíssima carga de apelo popular, coloca-se como exemplo a contestação àqueles que prejulgam o gosto das plateias e inundam nossos palcos com as pornochanchadas teatrais numa imitação servil das cinematográficas e visando um êxito duvidoso de bilheteria. [...].


O Poeta da Vila agradou ao público e à maioria dos críticos, e recebeu vários prêmios no ano de 1977:

APCA – Melhor Ator – Ewerton de Castro
APCA – Menção EspecialOsmar Rodrigues Cruz, pela inauguração da sede própria do TPS na Avenida Paulista
Molière – Melhor DiretorOsmar Rodrigues Cruz
Molière – Melhor Cenógrafo – Flávio Império


“Esses prêmios foram significativos, mas os aplausos diários, esses sim, premiavam a todos os integrantes do espetáculo.
Com O Poeta da Vila em cartaz, em setembro de 1978, completamos quinze anos. A nossa meta de implantar o teatro popular, trazendo o trabalhador ao teatro, oferecendo um repertório de alto nível nacional e clássico popularizando cada vez mais o teatro brasileiro continuava e nessa luta o caminho percorrido mostrava que a peça brasileira, o clássico adaptado na sua linguagem, fazia sucesso. O repertório do TPS proporcionava a comunicação com o público popular.
Novas atividades foram sendo incluídas, contribuindo ainda mais na formação cultural e artística do trabalhador: às terças-feiras, dia de folga da companhia, oferecíamos um programa de música clássica e popular alternadamente numa semana e noutra. Foi criada uma galeria de arte, próxima ao saguão do teatro, que passou a promover exposições periódicas e o público, antes do espetáculo, tinha acesso às mostras. O público do TPS já ia espontaneamente à bilheteria do teatro retirar os ingressos para assistir às peças e às demais atividades.” (ORC)
(in Osmar Rodrigues Cruz Uma Vida no Teatro Hucitec 2001)





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