Entrada original do TPS |
Final do espetáculo com todo elenco |
Em destaque Osmar, Plínio Marcos e Procópio Ferreira |
TPS – O TEATRO DA
PAULISTA - ABRE SUAS PORTAS, NO PRÉDIO DA FIESP EM SÃO PAULO, COM UMA PEÇA DE
PLÍNIO MARCOS EM PLENA DITADURA MILITAR NO PAÍS.
Trechos de reportagem
– Última Hora
por Oswaldo Mendes –
26/5/1977
O TPS em casa própria
Depois de catorze anos apresentando
espetáculos dentro de uma diretriz popular, em vários teatros alugados da
cidade, em bairros e cidades do interior, o TPS inaugura a sua tão sonhada casa
própria. Um teatro no número 1.313 da Avenida Paulista com capacidade para 453
espectadores, equipamentos modernos e tudo o mais que ofereça à nossa única
companhia popular de teatro, [...].
Aprendendo com a
prática
Enquanto muitas discussões são
alimentadas em torno do que deve caracterizar um teatro popular – discussões
que são sempre importantes e necessárias o fato é que o TPS tem preferido
exercitar um conceito. Não lhe têm faltado nesses catorze anos, aplausos
apaixonados e críticas severas. As críticas, muitas vezes, têm nascido de
imperativos muito mais conceituais, exigindo uma postura definida ou
definitiva, do sentido popular que o TPS empresta ao seu trabalho.
Mas parece também evidente que,
nesses catorze anos, os espetáculos montados pelo TPS têm procurado mais é
facilitar o acesso ao teatro de camadas economicamente impossibilitadas de uma
frequencia maior aos veículos de formação artística e cultural. Buscando sempre
um repertório que se ajustasse ao objetivo de facilitar o acesso popular,
dentro de várias faixas etárias, o TPS tem, nos últimos anos, voltado sua atenção
para a dramaturgia brasileira, encenando desde França Júnior a Gonçalves Dias,
chegando agora ao contemporâneo Plínio Marcos.
Portanto, não parece ser o caso de
se cobrar do TPS posturas formais ou conceituais. O seu trabalho tem um sentido
que pode, e está sendo útil na quebra de barreiras que, faz tempo, vem
impedindo que o teatro consiga falar às plateias mais amplas, e, certamente,
mais carentes de informações culturais e artísticas.
O POETA DA VILA E SEUS
AMORES
Trechos de crítica – O Estado de S. Paulo
por Ilka Marinho
Zanotto – 30/6/1977
Uma festa digna da
poesia de Noel Rosa
Para comemorar os quarenta anos da
morte de Noel Rosa, Osmar Rodrigues Cruz organizou uma festa digna do Poeta da
Vila: inaugurou o ultramoderno e confortável TPS, na Avenida Paulista, com um
espetáculo lindo, envolvente e singelo como a própria música do compositor.
[...]. O Poeta da Vila e Seus Amores,
com altíssima carga de apelo popular, coloca-se como exemplo a contestação
àqueles que prejulgam o gosto das plateias e inundam nossos palcos com as
pornochanchadas teatrais numa imitação servil das cinematográficas e visando um
êxito duvidoso de bilheteria. [...].
O Poeta da Vila agradou ao público e à maioria dos
críticos, e recebeu vários prêmios no ano de 1977:
APCA – Melhor Ator – Ewerton de Castro
APCA – Menção Especial – Osmar
Rodrigues Cruz, pela inauguração da sede própria do TPS na Avenida Paulista
Molière – Melhor Diretor – Osmar
Rodrigues Cruz
Molière – Melhor Cenógrafo – Flávio Império
“Esses prêmios foram significativos,
mas os aplausos diários, esses sim, premiavam a todos os integrantes do
espetáculo.
Com O Poeta da Vila em cartaz, em setembro de 1978, completamos quinze
anos. A nossa meta de implantar o teatro popular, trazendo o trabalhador ao
teatro, oferecendo um repertório de alto nível nacional e clássico
popularizando cada vez mais o teatro brasileiro continuava e nessa luta o
caminho percorrido mostrava que a peça brasileira, o clássico adaptado na sua
linguagem, fazia sucesso. O repertório do TPS proporcionava a comunicação com o
público popular.
Novas atividades foram sendo
incluídas, contribuindo ainda mais na formação cultural e artística do
trabalhador: às terças-feiras, dia de folga da companhia, oferecíamos um
programa de música clássica e popular alternadamente numa semana e noutra. Foi
criada uma galeria de arte, próxima ao saguão do teatro, que passou a promover
exposições periódicas e o público, antes do espetáculo, tinha acesso às
mostras. O público do TPS já ia espontaneamente à bilheteria do teatro retirar
os ingressos para assistir às peças e às demais atividades.” (ORC)
(in Osmar Rodrigues Cruz Uma
Vida no Teatro Hucitec 2001)
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