INSTITUTO
OSMAR RODRIGUES CRUZ
TEATRO NACIONAL POPULAR BRASILEIRO
(TNPB)
Resolvemos, introduzir paralelamente aos programas
de teatro uma modesta pesquisa, em textos breves, sobre nosso Teatro Nacional
Popular Brasileiro tão esquecido e controverso. O repertório do teatro dirigido
por Osmar Rodrigues Cruz sempre foi muito eclético e popular, privilegiando
sempre que possível o teatro nacional. Por isso, desejamos aplicar um tom
coloquial e sem pretensões acadêmicas, nosso alcance é buscar o diálogo,
críticas, opiniões, colaborações e acima de tudo instigar no leitor o gosto da
leitura e pesquisa.
MACEDO E OSMAR (continuação)
A Torre em Concurso
de Joaquim Manuel de Macedo, foi o texto escolhido por Osmar Rodrigues Cruz
para a estreia do TES (Teatro Experimental do Sesi, o início do TPS. Foi uma
boa escolha e excelente estreia em agosto de 1959. Este artigo foi feito para o
programa do espetáculo.
(...)
“De sua extensa obra é A
Torre em Concurso a obra-prima, em composição, em forma e em técnica. É uma
perfeita comédia de costumes brasileiros, composta dentro daquela linha
humorístico-burlesca de nossos autores populares, e podemos considerá-la como
uma das mais bem acabadas de nosso reduzido repertório. Focalizando problemas
políticos e sociais, Macedo não fere ninguém, apenas realça o ridículo em que
certas pessoas se colocam ao pretender atingir seus fins, sem escolher bem os
meios. A peça trata da construção de uma torre para a igreja; a fim de alcançar
esse propósito os meios são escolhidos de maneira errada e ridícula, surgindo
daí toda a trama, satírica e farsesca. Ao se encenar uma peça como essa, não
seria possível tentar fazer dos atores autômatos, mas é preciso deixa-los viver
a situação criada pelo autor. Abordando problema nosso e sendo os personagens
escritos e compostos apenas exteriormente, não é difícil para o ator
compreendê-los. A dificuldade maior está justamente em obter a coordenação das
situações apresentadas na peça, em dar-lhes uma sequência natural e, se
possível, realista, não um realismo autêntico, mas uma mostra da realidade,
característica da própria peça. Sempre achamos que trabalhando com elementos
principiantes, o que se deve procurar é a espontaneidade e não a demonstração
de que se está pretendendo criar diversos tipos psicológicos. Todavia, bem mais
difícil conseguir simplicidade do que um certo rebuscamento nas cenas e na
interpretação. Dos intérpretes de A Torre em Concurso, excetuando-se uns
cinco ou seis atores vindos de cursos anteriores, os demais são elementos do
nosso último curso de teatro do Sesi e que ora estreiam no palco. Sabemos quanto
é árdua a tarefa de pôr em prática ideias e conceitos teóricos sobre uma peça.
É justamente este o trabalho do encenador. Procuramos não criar novas situações
e movimentações para mostrar o texto. Deixamos que o texto fale por si. O
diretor pode dar cor, finura, pode realçar certos trechos da obra, mas nunca introduzir
ideias novas. Com a apresentação do Grupo de Teatro Experimental do Sesi,
procuramos preencher uma lacuna, e demonstrar que aos dados das três dezenas de
grupos dramáticos, mantidos pelo Sesi, há um grupo que pode servir de escola.
Assim, ao invés de levarmos espetáculos até o público, em clubes e indústrias,
como o fazemos comumente, esse público virá uma vez ou outra a um teatro para
assistir a um espetáculo realizado com maior apuro, em condições que vários
onde nos apresentamos não permitem. A todos o meu muito obrigado. Divirtam-se”.
(ORC)
Mais dois textos de
Macedo foram encenados por Osmar: O Primo da Califórnia com o elenco
itinerante do TPS e fora do TPS A Moreninha com adaptação de Miroel
Silveira com Marília Pêra como protagonista.
Mais informações no
nosso livro – OSMAR RODRIGUES CRUZ – uma vida no teatro (Hucitec – SP –
2001) de onde extraímos o texto.
OSMAR
ESPECTADOR
Coleção de Programas de Teatro das décadas de 40 e 50
COLUNA
Zurc Nacif
Estamos nos sentindo
mal, e eu falo como o Instituto, em não manter uma frequência constante em
nossas postagens. Por isso sou culpado também! São tantos os assuntos
pertinentes à nossa análise, que frequentemente fico em dúvida sobre qual
falar.
Porém, uma “coisa” me
intriga: a passividade de nosso povo. Diante de tantos descasos do presidente
há um comportamento que é extremamente danoso neste momento de pandemia, ele
está promovendo a divisão dos cidadãos ou quem não está com ele, está contra
ele. Do quê se trata essa divisão? O comportamento dele nada colaborativo
frente ao caos de uma pandemia, de controle de quarentena, do uso de máscaras e
de maior higiene e cuidado de cada um.
Sabemos que a maioria
da população não tem acesso ao saneamento básico, nem a noções de higiene
mínima e do porque do uso de máscaras. E diante disto é impressionante o
descaso do presidente, promovendo aglomerações, que disseminam o contágio maior
e são condenadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Ele é tão infantil e
desastroso em exprimir sua opinião quanto ao crescimento das mortes, aliás que
crescem a cada dia, ao sucateamento da saúde que já se encontrava avançado e
hoje não há mais leitos em São Paulo. E ele acha tudo normal: - “E daí?” como
pode falar assim um presidente? Este péssimo e condenável comportamento, que ao
invés de confortar os doentes, cria um estado de incerteza e pânico.
Todos os dias quando
acordo penso em duas coisas: no vírus covid-19 e no vírus JMB-19. Em qualquer
lugar do mundo este presidente já estaria deposto pelo povo, pois ele é a maior
ameaça à saúde dos cidadãos. Quanto esforço estamos fazendo para reverter o
quadro de insanidade de caráter deste que se diz presidente? Qual tem sido o
comportamento da população frente a esses dois vírus? Incerteza e descontrole?
De ignorância e descaso?
Temos de reagir, não há
outro comportamento a seguir: quarentena, prevenção e proteção. Frente à
catástrofe mundial do covid-19 e, aqui, frente ao vírus JMB-19. Atitude,
controle e prevenção contra os dois! Atitude firme contra os dois, controle
pessoal diante de tudo e prevenção ativa no dia a dia de nossas vidas.
Esperando que alguém o retire de lá, ou o povo acorde e tome o poder em suas
mãos.
#FIQUEEMCASA
#FORABOLSONARO
E USE MÁSCARA SE PRECISAR SAIR.
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