Crítica
Correio
Paulistano – por Miroel Silveira –
28/08/1959
A
Torre em Concurso
O
teatro do Sesi, que há vários anos funciona utilizando diversos grupos cênicos,
acaba de constituir um conjunto mais ambicioso, principalmente quanto ao
repertório, o “Teatro Experimental do Sesi”, sob a direção de Osmar Rodrigues
Cruz. Acabamos de assistir, no Teatro João Caetano, o espetáculo inaugural
desse elenco, que apresentou a peça de Joaquim Manuel de Macedo, A Torre em Concurso. O texto, pitoresco
conduzido com bastante elegância e graça em seu desenvolvimento, pede uma
encenação ambiciosa em seus recursos materiais, pelo menos, coisa com que
evidentemente um grupo amador, mesmo subvencionado, por uma entidade como o
Sesi, não poderá contar. Assim mesmo, dentro dos limites próprios ao
amadorismo, a encenação dispõe de boa qualidade material, embora utilizando
cenários e trajes de aluguel. O que vale ressaltar, no entanto, não são esses
aspectos exteriores que certamente melhorarão quando o Sesi puder consagrar ao
elenco maior apoio financeiro. O interessante é verificar o entusiasmo dos
componentes do elenco, não só entre os primeiros atores como também entre os
que fazem papéis secundários e até figuração, já que o texto comporta 17
personagens e número apreciável de comparsaria, inclusive uma bandinha
provinciana, que dá aos acontecimentos do vilarejo aquela ambientação auditiva
tão característica e pitoresca. Não convém destacar nomes, já que se trata de
um valioso trabalho de equipe, bastante uno como compreensão geral e como
execução, tendo o diretor Osmar Rodrigues Cruz, ainda, obtendo boa dinamização
das cenas coletivas, sempre tão difíceis de encontrarem seu ritmo exato.
(in Osmar Rodrigues Cruz Uma
Vida no Teatro Hucitec 2001)
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